2ª edição do Pedal do Bem movimenta orla com alerta sobre câncer de próstata

Engajados na campanha Novembro Azul, cerca de mil ciclistas pedalaram do Farol de Itapuã ao Farol da Barra na manhã deste domingo (20)

A campanha mundial de conscientização sobre doenças masculinas, com ênfase na prevenção e diagnóstico precoce do câncer de próstata, ganhou um super reforço na manhã deste domingo (20). A 2ª edição do Pedal do Bem reuniu cerca de mil ciclistas que vestiram a camisa do Novembro Azul e pedalaram do Farol de Itapuã ao Farol da Barra. Com o slogan “A gente se move pela causa”, a atividade integrou médicos, pacientes, familiares e todos os defensores do movimento.

Com apoio de agentes de trânsito e da Polícia Militar, o grupo percorreu quase 23 quilômetros pela orla da capital baiana em duas horas e meia. Houve uma parada para hidratação na Praça Colombo, no Rio Vermelho, em frente à AMO. A atividade foi uma ação conjunta da AMO, Hospital da Bahia, Dasa e Prefeitura de Salvador, através do movimento Vai de Bike, e teve apoio da Saltur, S2 Bike Shop e Flets.

O coordenador do Serviço de Urologia Oncológica da Clínica AMO, Augusto Mota [foto], que também é ciclista e fez todo o percurso junto com o grupo, falou sobre cuidados com a saúde masculina e, especificamente, o câncer de próstata, que deve atingir mais de 65 mil homens no Brasil até o final de 2022, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). “O diagnóstico precoce é determinante para o tratamento e para a cura. Por isso, reafirmamos a necessidade de romper a barreira do preconceito, com adesão ao acompanhamento médico regular”, diz Mota.

À frente do Serviço de Urologia da AMO, o urologista Juarez Andrade, que também fez o pedal, enfatizou a importância “da janela do tratamento, que eleva a taxa de cura para acima de 95% para os casos de câncer localizado, na fase inicial da doença”. O médico também falou sobre a personalização do tratamento, que pode lançar mão de terapias combinadas, garantindo maior sucesso e menos sequelas.

“A gente se move pela causa”

Antônio Carlos Santos, 54 anos, [foto] é pedreiro e não descuida da saúde. Ele diz que o pai descobriu recentemente um câncer de próstata, está tratando e está bem porque diagnosticou cedo. “Os homens precisam cuidar da saúde, já fiz exame de toque e não tem mistério, é importante. Os homens precisam largar de serem machistas”, garante. Antônio Carlos integra o grupo de bike Unidos no Pedal, de Lauro de Freitas.

O representante de negócios Hélio Santos de Oliveira, 46 anos, [foto] é adepto do pedal e atendeu ao chamamento da campanha Novembro Azul em prol da saúde masculina. Ele faz parte do grupo Pé de Vela e diz que um evento como esse motiva outras pessoas para a prática de atividades físicas, o que também ajuda na prevenção do câncer. “Já fui ao urologista e vou volta ainda esse ano. Quem ainda não fez o exame precisa fazer. A vida com saúde é muito mais gostosa”, pontuou.

E a mulherada aderiu em peso ao 2º Pedal do Bem. Hilcinete Patriarca, 62 anos, [foto] pedala há 5 anos nos grupos Pedal das Meninas, Mangueados e o Pri. Ela, que não tem casos de câncer de próstata na família, acompanhou o marido Wilson da Silva, 63 anos, e garante que ele faz exames regularmente.

Maria Helena Santos de Souza, 63 anos, pedala há 28 anos nos grupos Pedala, Colibri e Trovões do Asfalto. “Vim hoje porque gosto de participar de todos os eventos beneficentes pra ajudar quem tá precisando e incentivar os cuidados com a saúde”, diz, acrescentando que o sogro, aos 92 anos, está cuidando de um câncer de próstata descoberto recentemente.

Dados

Para o triênio 2020-2022, o Inca estima 65.840 novos casos, correspondendo a 29,2% dos tumores no sexo masculino. A Bahia terá 6.130 ocorrências, sendo 1.090 em Salvador. Nos homens, o câncer de próstata é o primeiro em incidência (exceto pele não melanoma) e o segundo em causa de morte, atrás do tumor de pulmão. A campanha Novembro Azul reafirma a importância do diagnóstico precoce, capaz de elevar as chances de cura para mais de 90%.

A rotina de exames para investigação do câncer de próstata deve ser iniciada entre 45 e 50 anos de idade, se o paciente não tiver histórico familiar. Essa recomendação muda para a população afrodescendente, devendo começar aos 40 anos, pois estudos revelam mais chances de esses homens terem o câncer precocemente e desenvolverem a forma mais grave, como explicam os especialistas.

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